segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Olha o Urso aí!



Mês passado neste espaço perguntei se o ”Mês do Desgosto” havia chegado mais cedo esse ano, em Julho, mas como sabemos me precipitei redondamente. O Urso bravo resolveu rugir mesmo em Agosto e continua levantando suas patas em Setembro... 

Pra quem não entendeu nada, períodos de Crise no mercado financeiro com acentuada e prolongada queda nas Bolsas de Valores são chamadas de “Bear Market”, apesar da ideia talvez ser a de um urso hibernando, o que explica o tombo no Ibovespa de -8,33% em Agosto, sangria que continua forte agora em Setembro.

 
 
Difícil é trabalhar o lado emocional nesses períodos de perdas, o que sinceramente ainda não aprendi a fazer. A maior parte dos meus aportes em ações em Agosto foram na primeira quinzena, até dia 20, portanto antes da Segunda Feira Negra que aconteceu em 24/08, e se seguiu por mais alguns dias, com a bolha começando a estourar na China. Até esse momento, havia vendido minhas ações da Transmissão Paulista e com mais recursos próprios comprado mais Bradesco, Cemig, Eztec, Porto Seguro, BB e Taesa.
  
No dia fatídico, sem recurso nenhum pra aportar mais (os valores de renda fixa não tem liquidez) e com a bolsa caindo uns 6% e a loucura tomando conta do Mercado, fiz também a minha parte na bestagem: vendi meu último lote de ABEV3 (um dos poucos que havia me dado lucro no período de 1 ano) pra ter recurso pra aproveitar alguma promoção e comprei 2 lotes de CMIG4, que só naquele dia caiam 9%. Resultado: quase todas as ações repicaram pra cima naquela semana, menos CMIG4 que caiu mais um pouquinho...e até o dia 04/09, ABEV3 subiu 11%, enquanto CMIG4 caiu mais 5%... 
 
É o tipo de decisão que se toma quando um Urso feroz corre atrás da gente... 
 
 
Mas o urso doido também resolveu dar as caras no Tesouro Direto. As taxas estão nas alturas rompendo pico após pico. Já estamos perdendo a noção do limite. Em agosto fiz dois aportes em TD IPCA+2035, de R$ 1.000,00 cada, visando uma futura venda antecipada. Comprei a 7,00% e a 7,10%. Já agora em setembro, dia 04/09, comprei mais R$ 1.000,00, pagando 7,53%, isso numa sexta feira, durante a tarde, com o pau quebrando no mercado. E qual é a minha surpresa agora, em pleno feriadão, com os mercados fechados, descobrir que o mesmo título é oferecido a 7,61%, quase empatado com o IPCA 2019, a 7,62% ??? Onde vai parar essa curva de Juros? 
 
Esse mês de Agosto minha carteira de ações caiu, ai... -11,50%, foi tiro pra todo o lado... 
 
No consolidado a carteira caiu -3,27%, com alocação atual em Renda Fixa = 69% contra 31% em RV. 

 
E os proventos do mês somaram R$ 118,23, com contribuição de Grendene e Metal Leve. 
 
Este mês de Setembro vencerá um dos investimentos em Renda Fixa, a ideia é de usar cerca de 10k pra novos aportes em ações. Mas a pergunta de 1 milhão de dólares é: aportar agora em Setembro, ou esperar mais quedas da Bolsa em Outubro, Novembro...??? O Ibovespa tocará nos 40.000 pontos?
 
Segue abaixo o quadro-resumo do mês. Abraços a todos!
 

 

 

 
 
 

domingo, 2 de agosto de 2015

O "Mês do Desgosto" chegou mais cedo?


Dizem que “Agosto é mês de desgosto”, mas acho que o calendário se adiantou esse ano.
 
 
As notícias ruins na área econômica saíram da Grécia, migraram para a China com sua bolsa supervalorizada e desembarcaram aqui no Brasil mesmo, que agora tem o seu grau de investimento ameaçado, graças ao fracasso de sua meta fiscal.
 
 

Enquanto isso os deputados saíram de férias com seu notório presidente declarando-se agora oposição ao governo (só agora, marmota?) e no pior momento, já que o País (e não só o governo) precisa da ajuda do Congresso pra aprovar medidas de ajuste muito necessárias. Acho que esses deputados não entendem nada de economia, estão brincando com fogo...
 



Mas o que salva é o trabalho, assim continuo trabalhando e poupando, mesmo que a gente pareça às vezes um pouco perdido como cego em tiroteio no meio de tantas notícias, análises, balanços de empresas e por aí vai. 

Falando em balanços, gostei de alguns de minha carteira, Bradesco, Ambev e Grendene não estão nem aí pra aumento de impostos ou crise no varejo e continuam com seus sólidos resultados. 

Esse mês de Julho minha carteira de ações caiu -2,76%, influenciado entre outras por Cemig, BB, Ecorodovias, Eztec... e por aí vai. Quase não houve salvação esse mês exceto por Banrisul que resolveu recuperar um pouco do prejuízo subindo 10% no mês, pouco ainda...AES Tietê também subiu discretamente.
 
No consolidado a carteira caiu -0,14%, com alocação atual em Renda Fixa = 66% contra 34% em RV. 

O aporte desse mês ficou para Cemig, com 2 lotes comprados em 2 dias no meio do mês, a 10,xx antes da queda mais agressiva do papéis. Timing errado infelizmente, mas tudo bem. Troquei também uma LCI de 96% para 98% do CDI aumentando posição em renda fixa, afinal não é qualquer país chamado Brasil que paga uma taxa dessas de 14,25% a.a.  

E os proventos do mês somaram R$ 160,90, com contribuição de Bradesco e Eztec.  
Estou pensando esse mês em vender as ações da TRPL4, compradas a um ano atrás a 27,53 e que subiram 50% no período. Além de serem ações preferenciais que já andam meio de lado a um bom tempinho, já tenho boa exposição em Alupar e Taesa, empresas de transmissão de energia da mesma espécie, e que pagam melhores dividendos. Qual a opinião de vocês? Acham que seria uma boa?

Segue abaixo o quadro-resumo do mês. Abraços a todos!

 

domingo, 5 de julho de 2015

Cartilha Grega

Reflexões de um leigo: estaria nosso país seguindo a mesma Cartilha seguida pela Grécia nos últimos anos? Vejamos as semelhanças:

- Ao entrar na zona do Euro, a Grécia aumentou os gastos públicos enormemente, inclusive sediando os Jogos Olímpicos de 2004 – o que custou uma fortuna, é claro, além dos gastos militares estratosféricos (A Grécia tem mais tanques de guerra do que a Alemanha, França e Itália juntos.)

- Mesmo com a economia fraca, a Grécia facilitou as aposentadorias da população, eles têm uma lista grande de profissões insalubres que dão direito a aposentadoria especial, cabeleireiras, massagistas, padeiros e apresentadores de TV são algumas delas, pode?

- A produtividade dos trabalhadores da Grécia é uma das menores da Zona do Euro. Ainda assim, aumentaram bastante o salário mínimo no país. A população pensa quase que totalmente no consumo e pouco em poupança e investimento. 

Quanto ao Brasil: aumentou dramaticamente a divida pública, gastou horrores com a Copa de 2014 e com as olimpíadas do Rio, acabaram de aprovar, de modo irresponsável, regras mais benevolentes pras pessoas se aposentarem na casa dos 50 anos com salário integral enquanto a expectativa de vida só aumenta; grande parte dos trabalhadores no país não contribui com a Previdência (que depende de dinheiro dos impostos pra conseguir pagar em dia as aposentadorias), a produtividade dos trabalhadores é baixa, e ainda dizem que precisam diminuir a jornada de trabalho. Temos uma das maiores taxas de juros do mundo, mas nem isso consegue deter a inflação. Corrupção e desperdício, seja na coisa pública ou privada, só aumentam o problema. O governo e o povo em geral só querem saber de gastar ou estimular a economia por meio do consumo das famílias, sem estimular a poupança e o investimento. 

Estamos seguindo a Cartilha da Grécia, plantando vento pra colher tempestade?
 
 

Mais uma vez essa “mardita” Grécia está de novo nos holofotes, atrapalhando o mercado e criando incertezas. Já vi esse filme antes, e não gostei. 
 

Esse mês de Junho minha carteira de ações caiu -0,45%, influenciado entre outras por Vale, Eztec, Banrisul e principalmente Cemig, afetada pela decisão negativa no STJ envolvendo a renovação de concessão de 2 usinas. Oportunidade de compra ou prenúncio de deterioração das contas da Cemig? Só o futuro dirá. Na ponta positiva Cielo e Porto Seguro ajudaram a manter o barco flutuando...  
 

No consolidado a carteira subiu + 0,53%, com alocação atual em Renda Fixa = 65% contra 35% em RV. 
 

O aporte desse mês ficou para Alupar, Ecorodovias e um pouco de Kepler. Mas como no fim do mês precisei cobrir despesas com reforma, o valor de aporte ficou negativo no mês, valor retirado da renda fixa.  
 

E os proventos do mês somaram R$ 768,16, com destaque para BB, Transmissão Paulista, Banrisul, entre outros. 
 

Segue abaixo o quadro-resumo do mês. Abraços a todos!
 

  
P.S. = Por último, uma dica cultural: quando você estiver com raiva daquele patrão exigente, ou daquele cliente mala-sem-alça, ou mesmo daquele parente folgado que só te exige as coisas, faça como os COSSACOS, na antiga Ucrânia.

LEIA O TEXTO HISTÓRICO NESSE LINK, DA REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA, VALE A PENA! Kkk...
 

domingo, 31 de maio de 2015

E a Maior Alta do Mês de Maio foi...


...a OIBR4 com aumento de 25,13% (dentre as ações do Ibovespa). Como pode isso ??? 

Taí uma prova de como o mercado nesse mês de Maio foi louco, insano e volátil, pra variar. Enquanto essa tranqueira da Oi, toda problemática e endividada, sobe desse jeito, empresas na minha opinião com boa qualidade e governança como Qualicorp e Eternit desabam 20% e 10% respectivamente só no ultimo pregão de Maio. Isso sem falar nos Bancos e Seguradoras, penalizadas com mais CSSL, das incorporadoras com dificuldade de acesso a crédito, da indústria e empresas de consumo que sofrem com câmbio e juros altos, e por aí vai... 

Esse mês a carteira de ações caiu -5,78%, devolvendo os ganhos do mês anterior, meio que em linha com o Ibovespa.  

No consolidado a carteira caiu –1,27%, com alocação atual em renda fixa = 68% contra 32% em RV. 

O aporte feito no início do mês (bem que podia ter deixado para o fim do mês...) foi para aumento de posição em Grendene, Alupar e um pouco de Eztec.  

E os proventos do mês deram um salto e bateram recorde: R$ 1.720,09, com destaque para BB, Ecorodovias, Alupar, Metal Leve e até AES Tietê que andava com uns prejuízos a um tempo atrás. 

Segue abaixo o quadro-resumo do mês. Abraços a todos!
 
 

domingo, 3 de maio de 2015

Fugindo da Inflação - Correndo para o Tesouro




Saudações a todos!
 

Esse mês que passou fiz minha estreia no Tesouro Direto. Andava de olho nele já a longa data. Há uns três anos fiz o cadastro por meio de um banco onde mantinha conta, mas a coisa mais esquisita acontecia: a senha nunca chegava no meu e-mail. O internet banking do Banco me dizia que estava tudo ok, mas no site do tesouro direto meu CPF dava como não cadastrado. Nisso deixei a coisa pra lá e me concentrei em outras modalidades de renda fixa, como letras de câmbio e LCI/LCA. Entendia que as taxas cobradas no Tesouro Direto o deixavam menos atrativo, e ainda penso assim até certo ponto. 

Mas meu interesse ressurgiu ao estudar melhor o TD e ver que a eventual volatilidade dos títulos no decorrer do tempo são um diferencial positivo, além da proteção contra a inflação que está bem assanhada esses meses.
 
Ainda tenho bastante a aprender, mas em pleno feriado de 21 de abril, após monitorar as taxas de juros por uns dois meses, achei que era o momento de entrada e assim comprei 4,95 NTN-B Principal para 15-05-19, pagando 6,63% a.a. + IPCA. = R$ 10.000,00 no total. Será que peguei uma boa taxa? Veremos no decorrer do tempo... A intenção é carregar até o vencimento, a não ser que haja uma valorização bem expressiva antes de 2019. 

Esse mês a carteira de ações subiu + 5,84%, abaixo do Ibovespa (+9,93%) que ficou “contaminado” pela forte alta de Petro e Vale – depois do tombo enorme que as duas tomaram nos últimos meses.  

No consolidado a carteira subiu + 2,53%, crescimento moderado tendo em vista a alocação maior que tenho em renda fixa = 67% contra 33% em RV. 

Além do aporte em Tesouro Direto, aumentei posição em CCRO3.  

E os proventos começam a pipocar nessa época: esse mês vieram de Taesa, Grendene, Porto Seguro, Vale e CCR, além da bonificação de Cielo (!) 

Para este mês de Maio quero focar primeiro em reaplicar bem esses dividendos que começam a se acumular na conta. Depois aumentar posição em alguma das empresas que esteja merecendo.
 

Ainda sobre o TD, encontrei esse site que achei bastante pratico pra verificar preços e taxas históricas dos títulos. Recomendo! 


 

Segue abaixo o quadro-resumo do mês. Abraços a todos!
 









domingo, 26 de abril de 2015

Poupança seca e a Caixa aperta o Crédito


Uma notícia ruim para construtoras e todo o mercado de crédito imobiliário. Especialmente pra quem pretende comprar um imóvel financiado pelo Caixa Econômica Federal. Essa semana li um email de um amigo destinado a correspondentes do Banco que operam crédito de imóveis, chamados de correspondentes Caixa Aqui. A partir de 4 de maio a Caixa irá reduzir a cota máxima de financiamento de imóveis de 90% para 50%.
 

Considerando que é a instituição líder em credito de imóveis com cerca de 70% do mercado, o baque será grande para clientes e construtoras.
 

Essa redução afeta “apenas” os financiamentos com recursos da caderneta de poupança. O banco os chama de “SBPE” e financiam imóveis mais “caros”, geralmente acima de R$ 170.000,00 ou R$ 190.000,00 dependendo da capital. Os financiamentos com recursos do FGTS, usados em moradias mais populares, abaixo destes valores acima, não serão afetados. É o caso do Minha Casa Minha Vida, que é em grande parte subsidiado pela União – isto é, nossos impostos.
 

A inflação alta e as conseqüentes altas da Selic realmente não devem estar ajudando a Caixa que costuma ter taxas de juros mais razoáveis para financiamentos. O Banco aumentou suas taxas de juros já por duas vezes esse ano para os financiamentos SBPE.

Outro detalhe sobre esse tipo de empréstimo que passou despercebido pela imprensa em geral foi o aumento da tarifa de contratação cobrada pelo banco estatal de seus clientes. Segundo a tabela de tarifas da Caixa, passou de R$ 800,00 para R$ 2.200,00, meros 175% de aumento!
 

Porém juros mais altos não representavam um grande problema pra quem tem renda maior e conseguisse arcar com um percentual de financiamento grande, 80% ou 90% do valor do imóvel. Mas, reduzir a cota máxima obrigatoriamente pra 50% no caso de imóveis residenciais vai estragar os planos de muita gente. Alguém que planejava por exemplo comprar um imóvel de R$ 250.000,00, financiando R$ 200.000,00 – 80% do valor – agora vai ter que arranjar de toda forma R$ 125.000,00 e financiar a outra metade.
 

Por que uma decisão tão drástica?
 

É só comparar os números e ver as notícias recentes envolvendo a caderneta de poupança:

RENDIMENTO = 0,63% ao mês

INFLAÇÃO = 1,20% ao mês

 
O resultado disso: 

“Poupança tem em março a maior retirada mensal desde 1995”


 
“Captação líquida da poupança cai 66% em 2014”


 

Não tem como fazer milagre. A Caixa está ficando sem dinheiro pra emprestar, já que a poupança é a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário e as LCI oferecidas por ela também não dão conta da demanda sempre alta por esse tipo de crédito.
 

É a fuga de recursos da poupança, motivada por rendimento ruim e pelas despesas maiores que as pessoas estão tendo com a inflação alta.
 

Isso talvez abra uma janela de oportunidade para outros Bancos abocanharem uma fatia maior do mercado de credito imobiliário, já que continuarão financiando 70, 80 ou até 90% do preço dos imóveis para os clientes.
 

Curiosamente a Caixa iniciou essa semana sua série tradicional de Feirões da Casa Própria, fazendo questão de dizer que o foco desses são as “moradias populares”, exatamente aquelas financiadas com recursos do FGTS e que não são afetadas por essas mudanças. (detalhe: hoje a CEF é presidida por Mirian Belchior, a ex-ministra do planejamento no primeiro mandato do governo da madame; pelo visto não planejava nada...)
 

Para os adeptos de teorias conspiratórias, seria isso a faísca para o começo do estouro de uma suposta bolha imobiliária no país?


Já faz cerca de um ano que tirei praticamente tudo que tinha na poupança e devo dizer que não sinto saudade nenhuma dela. E acho que não sou o único.

 

 

sábado, 4 de abril de 2015

Um Mês Mais ou Menos





Olá a todos, um mês bem mais ou menos esse de março, com economia se deteriorando, manifestações e panelaços, e até o ministro da Educação chutando o balde com força... Mas o importante é termos saúde, certo?
 

Esse mês a carteira de ações variou quase estável a – 0,23%. Fiz alguns giros bem significativos, vendendo alguns lotes de GETI4, CMIG4, SBSP3  e PSSA3 cujas quantidades achei um pouco exageradas na carteira. Mas a venda de Porto Seguro reconheço que foi precipitada, a intenção agora é recomprar um pouco mais dela no médio prazo.
 

Em compensação aumentei posição em Bradesco (pela bonificação), BB (tava barato), Ecorodovias (pela conquista da ponte Rio-Niterói, apesar do preço baixo), Vale (essa foi por dó mesmo) e adicionei mais duas “figurinhas” na carteira: BRSR6 e KEPL3, somando 21 papéis.
 

No consolidado crescimento modesto de + 0,64%. No momento 32% em Renda Variável e 68% em Renda Fixa (LCI, LCA e Letra de Câmbio).
 

Agora é entrar em Abril com força, resultados, bonificações e dividendos pipocando pra todos nós. Abraços a todos.
 
 

domingo, 8 de março de 2015

Que Inflação é essa?




Olá a todos, postagem com um certo atraso do resultado do mês.  

Estão assustados com a inflação? Eu estou, que inflação é essa??? 


1,22% em fevereiro  *  1,24% em janeiro *   7,70% em 12 meses!!!   

E veja que estamos falando do índice OFICIAL, que considera tudo, do mais básico ao mais supérfluo. Se formos considerar os itens mais básicos, como alimentos, energia, combustível, transporte público... é de cair pra trás. Há vários anos não víamos números tão ruins. E olha que nem comentei sobre o dólar acima de R$ 3. 

Enquanto isso, a tabela do IR é reajustada em míseros 4,5%, forçando trabalhadores a pagar mais imposto. 

Com uma inflação tão alta assim, nossa noção de rentabilidade de investimentos fica até um pouco prejudicada. A poupança que deveria ao menos proteger o dinheiro da inflação nem mais consegue fazer isso pagando 0,6% ao mês. Outros investimentos em renda fixa também são prejudicados. Espero que essa farra da inflação acabe logo, para o bem do nosso país. 

Esse mês de fevereiro uma certa recuperação, com a carteira de ações subindo 10,46%. No consolidado + 3,59%, fazendo um rearranjo em renda fixa: aporte de R$ 50.000,00 em LCI pagando 92% para 90 dias.
 
 

Um pouco cauteloso com a RV por enquanto. Está difícil achar alguma ação ou algum setor que não seja vítima de notícias ruins que afetam a rentabilidade das empresas. Mas para não passar em branco, aumentei posição em Cielo, Alupar e Ecorodovias. Vamos continuar com o radar ligado.  

Abraços a todos.
 
 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Mês do remédio, do cigarro e da cerveja


Imagine um sujeito que tenha levado uma bela duma surra e que tenha sido largado na sarjeta. Se tiver algum juízo, procuraria uma farmácia pra comprar alguns curativos e medicamentos. E pra acalmar os ânimos talvez descontasse tudo num cigarrinho e numa garrafa de cerveja...
 
 
 
Essa ilustração mal feita talvez mostre bem o que foi esse mês de Janeiro para o mercado. É só olhar as ações que tiveram maior alta no mês:
 

HYPE3 = REMEDIOS = 9,49%

CRUZ3 = CIGARRO = 16,41

ABEV3 = BEBIDAS = 9,20%
 

Setores defensivos e geralmente estáveis que os investidores buscam na hora do aperto. E janeiro foi mesmo uma bela duma surra para a maioria de nós. De apagão a Petrolão, com direito a derrocada das companhias educacionais, déficit recorde das contas públicas, da balança comercial, demissões na indústria, aumento de juros e por aí vai...ou seja, o chicote comeu solto!
 

A carteira de ações fechou negativa em -7,75%. No consolidado uma queda mais modesta de -2,08% em função de um ajuste de rentabilidade numa aplicação de renda fixa resgatada no mês. Sai parte da letra de câmbio da Dacasa Financeira e entra LCI do Banco Intermedium remunerando 96% do CDI para 6 meses. 

Ainda no campo das ações, aporte de R$ 1.600,00 em PINE4: 3 dias antes do rebaixamento de rating por uma agencia internacional. Não parecia um bom momento de entrada olhando depois, mas no momento em que escrevo a coisa melhorou de situação. 

Vamos ver o que a temporada de balanços trará este mês... 

Segue abaixo os números.
 



Abraços a todos.

 

domingo, 18 de janeiro de 2015

12 Anos de Escravidão - à Previdência Privada...




Esse mês coloquei um ponto final em mais uma bestagem de investimento que não valeu a pena: previdência privada.
 

O tempo passou depressa e o prejuízo também. Olhando uns papéis antigos, vi que tudo começou em novembro de 2002, há 12 anos atrás. E o que me veio a mente foi o titulo desta postagem, inspirado no filme ganhador do Oscar que ainda não vi, mas cujo roteiro pelo visto é bem interessante...
 

Naquela época previdência privada era o investimento do momento. Sim, porque poucos pensavam realmente em aposentadoria, mas sim nos ganhos interessantes acima de outros investimentos e sem tributação.
 

Comecei tirando dinheiro da poupança e colocando R$ 3.000,00 como aporte único num plano de previdência 100% renda fixa – PGBL. Logo de cara foi cobrada uma taxa de carregamento de uns 3%, mas eu nem liguei, o ganho futuro compensaria. Não fiz contribuições mensais.
 

Uns 3 meses depois comecei a comparar esse plano com outros que tinham percentual de renda variável: 15% e 30%. Se não me engano, 2003 foi aquele ano maluco em que a bolsa subiu uns 100%, e é claro que isso bombou a rentabilidade desses fundos de previdência. Fiz mais um, com 15% de R.V. aplicando uns R$ 4.500,00. Passados mais 8 meses, fiz um terceiro, com 30% de R.V., mais R$ 5.350,00... como vocês devem imaginar, naquela época tudo isso era um bom dinheirinho...(hoje um pouco menos, mas não é de se jogar fora...). E não se esqueça da “taxa de carregamento” que carregou mais 3% de cada aporte.
 

Pelo visto muita gente andou fazendo a mesma coisa para resgatar os valores no curto prazo o que abriu os olhos gordos do governo. Em 2004 ou 2005, já não lembro bem, foram anunciadas novas medidas. Todo resgate em previdência privada passaria a ser tributado com Imposto de Renda. O cliente deveria fazer a opção – definitiva – pelas tabelas Progressiva ou Regressiva.
 

Na tabela progressiva, o I.R é de 15% do montante resgatado, mas com a possibilidade de receber de volta esse valor na declaração de imposto de renda no ano seguinte. Na tabela regressiva, mais indicada para o longo prazo, a tributação é apenas sobre o rendimento dos valores aplicados, sendo o percentual alto nos primeiros anos e menor a medida que o tempo passa; e essa tributação é definitiva, ou seja, não dá pra ter de volta na declaração de I.R.
 


Tabela Regressiva
Prazo de acumulação dos Recursos

Alíquota definitiva na fonte

Até 2 anos

35%

Superior a 2 e inferior ou igual a 4 anos

30%

Superior a 4 e inferior ou igual a 6 anos

25%

Superior a 6 e inferior ou igual a 8 anos

20%

Superior a 8 e inferior ou igual a 10 anos

15%

Superior a 10 anos

10%

 

Um balde de água fria. 

Na época cometi o erro de escolher a tabela progressiva, pois ganhava um salário baixo e concluí que poderia restituir todo o imposto na declaração de I.R. num resgate futuro. Mas aí é que estava a armadilha: futuro. No futuro, a tendência é que a pessoa progrida, consiga um emprego melhor, bem remunerado, aumente sua renda e... passe a pagar mais imposto, não restituí-lo. É a minha situação atual. 

Ao procurar o banco para me informar sobre esses detalhes em 2005, acabei foi fazendo mais um plano. Desta vez um VGBL de R$ 3.000,00. A diferença é que o VGBL não tem dedução fiscal, é mesmo como um fundo de investimento comum, a pessoa resgata depois pagando 15% de I.R. sobre os rendimentos. Talvez meu único caso de pequeno sucesso nesse assunto de previdência privada, foi resgatado em 2011 com um lucro de uns R$ 1.100,00 a mais do que haveria se deixado na caderneta de poupança. 

O segundo balde de água fria veio naturalmente com a crise de 2008 na bolsa que afetou bastante os rendimentos dos fundos com renda variável. Depois começou a haver a marcação a mercado dos ativos de renda fixa que compunham os fundos de previdência, o que deixou o rendimento ainda menor. Pra se ter uma ideia, o fundo de 100% renda fixa em 2011 rendeu 8,8%. Em 2012 = 6,5%. Em 2013 = 4,0%. 

Essa foi a gota d’água. No começo de 2014 resgatei o fundo de renda fixa, e agora em 2015 os últimos dois fundos compostos com renda variável. Fiz isso em dois anos-calendarios diferentes na esperança de amenizar um pouco o efeito do imposto de Renda.

 
No final das contas ficou assim:
 

FUNDO DE RENDA FIXA

Capital de 3.000,00 em 11/2002

Montante que haveria na caderneta de poupança = 6.940,00

Montante liquido resgatado em 01/2014, descontado do I.R. = 7.572,00

Diferença =  + 632,00 

 

FUNDO COM 15% DE RENDA VARIAVEL

Capital de 4.500,00 em 02/2003

Montante que haveria na caderneta de poupança = 10.951,00

Montante liquido resgatado em 01/2015, descontado do I.R. = 10.245,00

Diferença =  - 706,00 

 

FUNDO COM 30% DE RENDA VARIAVEL

Capital de 5.350,00 em 10/2003

Montante que haveria na caderneta de poupança = 12.100,00

Montante liquido resgatado em 01/2015, descontado do I.R. = 10.890,00

Diferença =  - 1.210,00 

 

Em suma, foram 12 anos de escravidão a previdência privada, grande perda de tempo e dinheiro. A taxa de administração desses fundos é bem alta (3% ao ano) sem falar nas malditas taxas de carregamento, isto é, o Banco sempre ganha com isso, independente do cenário da economia. Intervenções do governo sempre podem afetar esse tipo de investimento, como de fato aconteceu com o I.R. e a marcação a mercado dos títulos públicos. Mas enfim, agora estou livre disso.
 

* É bom fazermos aqui uma distinção entre previdência privada que os bancos oferecem e os fundos de pensão, ou previdência complementar, em que o empregado contribui com uma parte e a empresa com outra. Esse último ainda constitui um bom negócio, com moderação é claro.
 

É, realmente ninguém prospera com previdência privada...a propaganda é sutil e persuasiva, mas no fim das contas é uma armadilha.

Se é pra ser escravo de alguma aplicação, meu conselho é ficar na poupança mesmo.


***** Ferramenta útil = Calculadora Histórica da poupança da ABECIP:

http://www.abecip.org.br/imagens/conteudo/calculadorapoupanca/calculadora_da_poupanca.xls

 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Papai Noel Magrinho em Dezembro


Saudações pra todo mundo, já estamos em 2015...legal. 

Muitos esperavam um rali de fim de ano na Bolsa, só esqueceram de combinar com o mercado. Dezembro acabou sendo o mês do Papai Noel magrinho, com bolsa despencando e uma noticia ruim atrás da outra.




As carteiras de todo mundo, eu acho, ficaram negativas esse mês. Inclusive os profissionais acabaram errando feio em dezembro. Por exemplo, como correntista do Bradesco tenho acesso aos relatórios de carteiras recomendadas entre outros que eles fazem, a das ações que eles recomendaram, creio que nenhuma subiu esse mês...mas faz parte do jogo, acontece.


Lá pelo dia 15 e 16/12 o índice Ibovespa operava em torno de 48.000 pontos deixando vários ativos a preços atraentes, mas quem disse que eu tinha dinheiro pra aproveitar? Recebo no dia 20, sendo nesse último mês adiantado para o dia 18, mas aí a Bolsa já começou a se recuperar um pouco. 

Depois que o dinheiro apareceu adquiri/aumentei posição em Cemig, Taesa, Sabesp, Alupar e Metal Leve. Estou chegando a conclusão de que é melhor priorizar empresas que pagam maiores dividendos, mesmo que as cotações andem meio que de lado por um certo tempo.


A rentabilidade da carteira de ações ficou negativa em -7,50%, e no consolidado em -2,01%.  

Abaixo o resumão da Carteira de ações, rentabilidade geral e proventos recebidos – fechei o ano com R$ 4.693,54, o que salvou um pouco a situação.
 
 


Para 2015 vou tentar ser mais efetivo em reaplicar esses proventos recebidos e fazer aportes mensais constantes. Vou ficar mais alerta também pra não cair em armadilhas de empresas problemáticas.  

Apesar do ajuste fiscal, do aumento de impostos (pensaram até em taxar LCI/LCA) e de mais um ano de crescimento baixo, talvez ainda tenhamos um rali da bolsa melhor do que esse: